1984 é um romance distópico, escrito por George Orwell, escritor e jornalista britânico que viveu no século XX. O livro retrata um futuro no qual a sociedade é governada por um regime totalitário, representado pelo Partido e pelo seu líder, o Grande Irmão, que exerce um controle absoluto sobre a população. A história decorre na fictícia Oceânia, uma das três superpotências do mundo, onde cada acontecimento e situação da vida dos cidadãos são vigiados e manipulados pelo Estado.
A ação é narrada na perspetiva de Winston Smith, membro do Partido Externo, cuja principal função é reescrever o passado para adequá-lo às necessidades do governo. No entanto, o protagonista começa a questionar a opressão imposta pelo regime e tenta, em segredo, resistir à manipulação ideológica. Ao envolver-se romanticamente com Julia, outra dissidente, e ao procurar juntar-se à suposta resistência liderada por Emmanuel Goldstein, Winston acredita poder escapar ao jugo do Partido. Contudo, o casal acaba por ser capturado pela Polícia do Pensamento e submetido a torturas psicológicas e físicas, forçando-os a renunciar às suas convicções e a aceitar, incondicionalmente, a autoridade do Grande Irmão.
A crítica social subjacente à obra é profunda e intemporal. Orwell, que viveu num período marcado pelos totalitarismos da primeira metade do século XX, alerta para os perigos do autoritarismo, da manipulação da verdade e da vigilância extrema, ilustrando como um governo pode controlar, sem limites, as ações dos indivíduos e os seus pensamentos. Inspirado pelas ditaduras nazi e stalinista, 1984 reflete os receios do autor quanto à supressão das liberdades individuais e à distorção da realidade. Com este livro, podemos questionar: Até que ponto somos livres e temos poder de escolha? Até que ponto será a nossa liberdade uma ilusão? O que podemos fazer para assumirmos, de forma consciente a nossa vida, enquanto cidadãos? Que poder têm os meios de comunicação e tecnologias digitais no controle dos nossos atos? É ainda um convite a refletirmos sobre os perigos de viver de forma alienada e sem liberdade: um dos maiores desafios da atualidade. Como pode a educação ter um papel preponderante na afirmação de uma humanidade mais empática, racional e consciente? O que nos espera o futuro? Este é o livro que nos desafia a espreitar os perigos de uma sociedade distópica e a abraçar uma nova esperança na resistência e resiliência humanas, na busca constante pela utopia. A construção do novo sentido de Humanidade – capaz de construir um mundo melhor, mais livre e assente nos valores de uma cidadania esclarecida – em última instância, a busca pelo amor e uma nova esperança na humanidade.
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