domingo, 23 de março de 2025

Queimada Viva

Souad nasceu em 1958 na Cisjordânia, uma região onde as mulheres eram tratadas como inferiores e constantemente sujeitas a violência. Filha de uma família numerosa, com cinco irmãs e apenas um irmão – o que frustrava o seu pai – Souad cresceu num ambiente opressor, onde as mulheres não tinham direitos e eram maltratadas, espancadas e abusadas sem poder reagir.

Na cultura local, uma mulher só podia casar depois de todas as irmãs mais velhas encontrarem um marido. Enquanto isso, não podiam relacionar-se com nenhum homem. No entanto, aos 17 anos, Souad apaixonou-se pelo vizinho e engravidou antes da irmã mais velha se casar. Essa gravidez foi considerada uma grave desonra para a família e para toda a aldeia, e a punição para tal era a morte. A sua família, que já havia matado três das suas irmãs por motivos semelhantes, decidiu acabar com a sua vida.

O escolhido para executar a sentença foi o seu cunhado, Hussein. Um dia, enquanto lavava roupa, ele regou-a com petróleo e incendiou-a. Em chamas, Souad correu desesperada para a rua e foi socorrida por duas mulheres que a levaram ao hospital. Lá sofreu queimaduras de terceiro grau e permaneceu internada sem receber os devidos cuidados, pois a sociedade acreditava que mulheres como ela não mereciam viver.

Após sete meses deu à luz o seu filho, que foi enviado para uma instituição. Mesmo no hospital, a sua mãe tentou assassiná-la ao oferecer-lhe água envenenada. Apesar de tudo Souad sobreviveu. A sua salvação veio através de Jacqueline, uma jornalista da fundação suíça A Surgir, que a ajudou a fugir secretamente para a Europa. Lá recebeu tratamento médico, foi submetida a diversas cirurgias e iniciou uma nova vida.

Com o tempo, Souad casou-se e teve duas filhas. O seu primeiro filho foi adotado por outra família, mas aos 15 anos Souad conseguiu acolhê-lo novamente. Incentivada por Jacqueline, Souad publicou Queimada Viva (2004), denunciando os crimes de honra e dando voz a outras mulheres vítimas da opressão e da violência de género.


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Trabalho realizado pela turma 11RA:

Alexandra Bessa, Beatriz Sousa, Carolina Carneiro, Fabiana Faustino, Filipe Marques, Francisca Coelho, Inês Giesta, Inês Ribeiro, Íris Silva, João Leal, Lara Salgado, Lara Ferreira, Letícia Faustino, Maria Inês Gomes, Raquel Leite, Rodrigo Fernandes, Rui Pereira, Samuel Magalhães, Sérgio Rocha, Tatiana Silva, Tomás Silva, Tomás Brito e Joana Nogueira

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